Cultura e Arte
8 anos atrás - Pauline P.
Elevado a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2011, o Fado não é música regional como tantos outros, só popular e geralmente apreciado por pessoas mais velhas. O Fado, pelo contrário, é a alma do povo português, um lamento universalmente respeitado no país, tanto que os restos mortais da cantora Amália Rodrigues, conhecida como a rainha do Fado, estão no Panteão Nacional de Lisboa.
Para descobrir toda uma parte da cultura portuguesa, deixe-se levar pela emoção do Fado num dos bares ou restaurantes onde os Fadistas atuam todas as noites.
Esta música típica, acompanhada por instrumentos de cordas arranjados, principalmente guitarras, explora os temas recorrentes de amor perdido ou impossível, o passado e a morte, tristeza e exílio...
A palavra Fado vem do latim "Fatum", que significa "Destino": o destino das pessoas sensíveis e nostálgico do seu passado.
As origens da música de Fado ainda não estão claras, embora se reconheça que apareceu nas docas de Lisboa na década de 1820: seria uma deriva de canções tradicionais cantadas por marinheiros portugueses, ou uma mistura de música brasileira e africana que ressoou nestas docas. Primeiro cantado em bairros populares, o Fado foi então renovado: Maria Severa é a primeira Fadista reconhecida, nos 1850s.
Duas variantes do Fado são distinguidas:
O Fado de Coimbra, numa cidade universitária no centro do país, cantada apenas por homens. Este é o canto académico, praticado em universidades, onde cantores eruditos, vestidos com capas pretas, atendem às alunas para seduzi-las. Falam-lhes sobre a cidade e o Rio Mondego que o atravessa, da vida estudantil e do amor, e também usam os textos dos grandes poetas portugueses.
Em contraste com o Fado de Coimbra, o Fado de Lisboa vem dos bairros populares da cidade. Geralmente conta pequenas histórias típicas da vida quotidiana, e pode ser cantado por mulheres, também.
O Fado moderno é agora conhecido para além das fronteiras portuguesas e europeias graças à famosa Amália Rodrigues, conhecida como a "Rainha do Fado", que gravou nada menos que 170 discos durante a sua carreira. Atualmente, uma nova geração de cantores de Fado tem subido e está a tornar esta música muito popular, para citar alguns; Antonio Zambujo, Ana Moura, Mariza ou Cristina Branco.
Para uma imersão total na cultura portuguesa, entre pela porta de um dos muitos bares ou restaurantes onde os cantores de Fado cantam todas as noites:
Fado em Si, no bairro de Alfama, há uma instituição onde todos os grandes nomes do Fado foram produzidos. Boa comida, 4 a 5 cantores profissionais de Fado todas as noites, oferecem um serviço de alta qualidade a um público atento e respeitoso: a condição ideal para descobrir a grande tradição portuguesa do Fado. Arco de Jésus 7, Alfama, 1100-037
Museu do Fado, onde um concerto ao ar livre é exibido regularmente no terraço. Para descobrir toda a história do Fado... Largo do Chafariz de Dentro 1
Duetos da Sé, perto da Catedral de Lisboa, um conceito híbrido é exibido entre comida, cultura e música. Este lugar é reconhecido pela qualidade da sua música de Fado, mas também por outros estilos de música portuguesa. Dê uma olhada no programa antes de chegar lá! Travessa Almargem 1B
Senhor Vinho, uma das casas de Fado mais lendárias de Lisboa. Inaugurada em 1975 pela famosa Fadista Maria da Fé e pelo seu marido, esta tornou-se um importante espaço cultural da capital portuguesa. Muitos talentos apresentaram-se aqui, como Ana Moura e António Zambujo, os famosos cantores de Fado do momento. Rua do Meio à Lapa 18